Para sanar as dúvidas, vou deixar claro o meu posicionamento quanto ao 'mix' de política e religião (em específico, o Cristianismo).
Começando, faço-me valer da questão histórica da intersecção entre a política e o cristianismo.
Todos sabem que Jesus Cristo foi amplamente perseguido no âmbito religioso. Mas também foi perseguido políticamente!
O primeiro exemplo foi no seu nascimento, em que o Rei Herodes mandou matar os recém-nascidos, já que um deles era o escolhido para ser o novo Rei dos Judeus.
Ao passar da vida de Jesus, e ao despertar do seu ministério, os sacerdotes da época perseguiram-no não pelo aspecto religioso, afinal era incontestável sua vida santa e de milagres, mas sim politicamente, afinal, os sacerdotes eram duramente criticados e estavam todos corrompidos e se usavam disso para subjulgar o povo!
Israel estava sob o controle dos romanos, estes que não viam muita coisa para ameaçar sua ditadura sobre Israel. Já os sacerdotes viam em Jesus Cristo uma forte ameaça à podridão dos tabernáculos com suas corrupções e seu domínio intelectual e religioso sobre o povo.
Com a morte de Cristo, a grande comissão e a difusão do evangelho nos quatro cantos, os poderosos começaram a temer o impacto político dessa nova 'religião'. Afinal, a cultura sofria alterações drásticas, e a comunidade tinha suas relações mudadas.
Já no século IV, o imperador Constantino ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Constantino_I ), professou o cristianismo. Na história, não dizem que ele se tornou legitimamente cristão, mas apenas utilizou-se dela para não perder o poder e a influência sobre o povo! Tanto que Constantino ainda realizava cultos pagãos e nunca participou oficialmente de uma solenidade cristã e nem se batizou.
Essa manipulação de Constantino ocorreu justamente para não perder o poder político, pois ele percebeu que todos os outros que perseguiam os cristãos sucumbiam e o cristianismo tornava a crescer mais e mais.
Logo, essa manobra não foi nada mais do que o interesse político de prevalecer sobre o povo. A partir daí, a religião cristã passa a fazer parte das estratégias maquiavélicas dos ditadores na execução do poder político.
Na fundação da igreja cristã, junto aos reis e imperadores que "professavam" a fé cristã, os líderes religiosos se deixaram levar pela influência política e poder financeiro, trocando os princípios de Deus pela conivência com o pecado e a luxuosidade do poder e dinheiro.
Daí, vemos a fase mais horrenda do cristianismo: a venda de indulgências, a santa inquisição, e a libertinagem dos seus líderes máximos. Tudo porque a política corrompeu a religião.
Nas outras religiões isso também aconteceu e acontece, mas cada qual a sua especificidade.
Agora, no modelo cristão é muito mais doloroso, pois a concepção da Graça de Deus é totalmente antagônica a tudo que se praticava na época medieval. E isso recai sobre nós, porque afinal, à época, ainda não havia a diferença entre católicos e evangélicos.
Vamos mais a frente! Vamos ao fascismo, ao nazismo e outras ditaduras violentas! A maioria delas foram impulsionadas, apoiadas e até justificadas pelo mérito religioso da questão. Na Espanha, os índices de ateísmo moral são alarmantes. As pessoas se professam pelo ateísmo, pois pais, avós, familiares e amigos foram mortos em nome da igreja cristã, durante uma ditadura sem precedentes.
E nisso tudo, vemos o porquê da religião ser tão questionada no envolvimento com a política!
MAS...
Vemos claramente na bíblia que a posição da igreja, como corpo de Cristo, como povo escolhido do Senhor, que Deus nos chamou para exercer o governo d'Ele, em nossas vidas, em nossas famílias, em nossa comunidade e em nossa sociedade como um todo.
Qual o meio exercer esse poder sobre o povo? É a política!
A igreja precisa restaurar as pessoas em sua alma e em sua espirtualidade, mas nunca poderá exercer o suficiente para cobrir o papel do Estado. Ao Estado cabem definir políticas e ações que rezam pela preservação da vida, da família e em favor da cidadania. Políticas e ações estas em que a igreja nunca poderá sobrepujar o Estado.
Por isso, veementemente, temos que posicionar a igreja cristã na política, diferente de todos os fatos que houve na história, para assumir o papel de governo!
Faltam pessoas capacitadas para assumirem essa frente, mas os poucos que temos, estes devem ser fortalecidos e colocados nesse campo de batalha para representar o povo de Deus.
Ao escolher seus candidatos, pense no comprometimento dele com a vida, com a família e com os princípios cristãos!
Acorde, Igreja!
Nenhum comentário:
Postar um comentário